História

Desde os tempos mais remotos que o Mondego, apesar da sua relativamente pequena extensão e caudal, tem vindo a brincar com o Homem, aumentando de caudal e extravasando as margens no Inverno e quase secando no Verão. A construção da Barragem da Aguieira, Barragem da Raiva e, mais recentemente, do Açude-Ponte em Coimbra, trouxeram alguma acalmia ao irrequieto Bazófias, e permitiram que as populações começassem a olhar o Mondego com outros olhos e novas ideias.

E os desportos náuticos seriam naturalmente uma das ideias a explorar, aproveitando as características das albufeiras das barragens atrás referidas mas principalmente do Açude-Ponte, finalizado no início da década de oitenta no âmbito do aproveitamento agrícola do Baixo-Mondego.

Assim, e como quase sempre sucede na cidade das capas negras, foi a “estudantada” quem primeiro se lançou na criação de uma estrutura organizativa capaz de permitir aproveitar a magnífica albufeira que nasceu em Coimbra com a construção do Açude.

1982

Da ideia ao abaixo-assinado foi um passo, e daí até à criação da Secção de Desportos Náuticos (SDN) foi outro. Nascia assim, a 5 de Abril de 1982, uma das mais recentes Secções da Associação Académica de Coimbra, com a constituição da sua Comissão Instaladora.

Alberto Lourenço foi talvez o mais entusiasta membro daquela Comissão, daí o seu estatuto de Sócio Fundador, tendo assumido também as funções de Tesoureiro. Carlos Duarte viria a ser o sócio nº 1 da Secção.

A vela foi o primeiro amor da SDN: o X4, barco de vela com um tripulante, foi a primeira embarcação a fazer parte do inventário da Secção, que; recorria frequentemente ao empréstimo de barcos dos seus sócios para as suas atividades. Logo nesse ano, realizou-se a primeira regata em Coimbra – a Regata Queima das Fitas – organizada pela Secção de Desportos Náuticos. As Instalações Náuticas da extinta Direção Geral dos Desportos (DGD, hoje Instituto Nacional do Desporto), no Choupalinho, eram a base de apoio à atividade náutica, que logo de seguida evoluiu para o Remo, através do forte apoio da DGD, que cedia os double-scull “laranjas”, logo alcunhados de “fibrosos” em virtude do tipo de construção (fibra de vidro), bem como o Yolle de quatro com timoneiro, hoje quase peça de museu, mas ainda a navegar. Nessa época, a própria DGD tinha atividade na área do remo, quer em escolas de formação quer em turmas de manutenção: o técnico era António Jorge Antunes, que viria mais tarde a ser treinador das equipas de competição da Académica (em 86/87) e das escolas de iniciação e lazer, sendo ainda hoje e aos 75 anos técnico de Remo Adaptado deste clube.

1983

1983 foi ano de comemorações do 17 de abril, e da evocação da intervenção de Alberto Martins, Presidente da AAC em 1969, aquando da visita à Universidade de Coimbra de Américo Tomás. Foi também ano de regatas de Windsurf e Vela no Mondego, integradas nas referidas comemorações, abrindo-se assim a porta a mais uma modalidade: a Prancha à Vela. No entanto, a data mais marcante seria 22 de maio desse ano, já que foi nesse dia que se estreou em competições oficiais a equipa da Académica, participando no Campeonato Nacional de Velocidade de Yolle (remo), disputado em Vila Franca de Xira. Esta participação foi largamente publicitada na imprensa, já que o meio de transporte foi deveras peculiar: depois se verem goradas as tentativas de colaboração por parte da Câmara Municipal e dos Bombeiros, e na iminência de não haver transporte para os 5 atletas e para o respetivo barco, Alberto Lourenço responsabilizou-se pela resolução da situação, tendo dito aos colegas que a saída se manteria para o dia 22 às 7h da manhã. Qual não foi o espanto dos outros quando, no dia seguinte, surgiu no Choupalinho um autocarro de 50 lugares, alugado à Rodoviária Nacional, apenas com o motorista e com o Alberto no seu interior! Mas maior foi o espanto de todos aqueles que em Vila Franca de Xira assistiram à chegada triunfal da equipa da Académica, com um autocarro enorme quase vazio: apenas 5 pessoas lá dentro, e um barco no tejadilho! Resta apenas referir que não havia dinheiro para pagar aquele aluguer, pelo que a fatura ficou pendurada “no teto”, e ainda hoje não se sabe se alguém terá pago ou não aquela despesa…

1984 a 1985

Em 1984, constavam já do inventário da SDN, além do X4, 2 “snipes” e 5 pranchas de Windsurf, bem como os moldes de construção dos “snipes”: as instalações da DGD na Pedrulha serviam de “auto-construção”: depois de dois anos recorrendo ao empréstimo de barcos, havia chegado a altura de construir a sua própria frota. No entanto, todo este material teve destino incerto, sabendo-se apenas que alguém o terá adquirido por “usucapião”, nomeadamente dois antigos velejadores que eram na altura responsáveis pelo sector de autoconstrução da Secção… Foi tempo de acabar com a vela, mas entrar em força no Remo. Assim, 85 foi o ano de arranque das grandes regatas daquela modalidade em Coimbra. O Festival Náutico da Queima das Fitas foi a primeira dessas provas, seguindo-se-lhe o Encontro Nacional de Infantis, Iniciados e Juvenis, organizado em Coimbra por incumbência da Federação Portuguesa de Remo, e que se cá mantem até aos dias de hoje.

1986 a 1988

Em 1986 tomou posse a primeira Direção eleita da SDN: Carlos Gomes era o presidente, Alberto Lourenço mantinha-se como tesoureiro. Um ano depois entrava João Cunha, e começavam os resultados ao mais alto nível: 2 títulos nacionais vinham para Coimbra, em Skiff e Double-scull iniciado feminino. As autoras da proeza Isabel Moreira e Susana Lobo /Susana Alfaiate, respetivamente. António Vianez sagrava-se vice-campeão nacional universitário de Windsurf, antecipando o título nacional que o seu colega Miguel Sousa viria a conquistar em 89, e que foi até agora o único título nacional noutra modalidade que não no remo. Em 87 foi também comemorado o centenário da AAC, e nas festividades foi integrada a 1ª Regata Internacional de Remo Universitário, que trouxe a Coimbra equipas das universidades de Santiago de Compostela e Nantes, além das principais associações académicas do país. Esta regata viria a ter a sua 2ª edição em 89, com a famosa Oxford-Cambridge a ter uma edição entre nós, apesar de ser com as equipas secundárias daquelas famosas universidades. Esta prova fazia parte da animação social do 2º Congresso Nacional de Remo, realizado nesse ano nesta cidade, e que foi talvez a edição mais bem organizada de sempre, tendo ajudado ao grande prestígio organizativo de que goza atualmente a SDN, além de ter contribuído significativamente para a atribuição do galardão de “Modalidade do Ano em Coimbra” ao remo nesse mesmo ano. De recordar que já em 88 a SDN havia sido agraciada como a “Figura Desportiva do Ano em Coimbra”, prémios atribuídos pela comunicação social.

1989 a 1997

89 é ano de saída de João Cunha, entrando para o seu lugar o irmão, Rui, mas mantendo-se intacta a vontade de fazer mais e melhor. Começa então a dinamização da canoagem, com a aquisição dos primeiros kayaks e pagaias: a grande novidade prendia-se com estas últimas, uma compra “ótima”, já que elas não flutuavam ao serem largadas na água…

Em 90 entra ao serviço da Secção como técnico de remo Rascão Marques, antigo treinador de alguns clubes das ex-colónias e do Ginásio Clube Figueirense, tendo-se dado o salto qualitativo que faltava: de 90 a 97, ano em que se retirou, Rascão Marques conquistou como treinador cerca de 40 títulos nacionais, emprestando a sua larga experiência a atletas, treinadores e dirigentes, incluindo José Caridade, Presidente de 92 a 94. Foi tempo da 1ª participação de atletas da SDN em Campeonatos do Mundo (Susana Alfaiate em 92), Universíadas (93), Campeonato Mundial Universitário (94), Coupe de la Jeunesse (95 e 96), Campeonatos Mundiais de Júniores e novamente Séniores (97). A última época foi de consagração: 13 títulos nacionais, Taça de Portugal em Femininos, Campeonato Nacional Universitário e 2º lugar no Ranking Nacional de Clubes, além de 6 atletas internacionais, 5 dos quais na Alta Competição. Mas a somar a tudo isto há ainda a satisfação do trabalho realizado no âmbito do Desporto Escolar e Desporto Adaptado, este último desde o pioneiro “Remo Sem Barreiras” em 91, mais uma área em que a Secção de Desportos Náuticos indicou o caminho a outros. Atualmente, a SDN possui 35 embarcações de remo, 2 barcos a motor, 132 remos, 7 ergómetros e uma viatura para reboque do atrelado, meios com que nem se sonhava em 1982, ano de início desta bem sucedida aventura…

Órgãos Sociais

Mesa de Plenário (Efetivos)
Alexandre Nuno Marques da Silva

PRESIDENTE

Ricardo Manuel Cristóvão Gil dos Reis

VICE-PRESIDENTE

Eduardo Sousa Reis

SECRETÁRIO

Mesa Plenário (Suplentes)
Alexandre ribeiro de magalhães
Gonçalo Filipe Lourenço Delgado
Direção (Efetivos)
joão humberto damião da silva sampaio gomes

PRESIDENTE

guilherme miguel machado de matos cruz

VICE-PRESIDENTE

joão andré marques catarro

TESOUREIRO

tiago aires de ferreira dias e jesus saldanha

SECRETÁRIO

rui josé ramos gaspar

1º VOGAL

Direção (Suplentes)
rui andré taborda pilar
afonso melícias castanhola batista
duarte gomes franco

Equipa Técnica

Miguel Cláudio Antunes Alfaiate
  • Curso de treinador Grau II
  • Curso de treinador Grau I
  • Licenciatura em Ciências do Desporto pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
  • Mestrado em Treino Desportivo de Crianças e Jovens pela Faculdade de Ciência do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
  • Treinador dos escalões  junior, senior e veterano
Maria João Neves Portugal
  • Curso de treinador Grau II

  • Curso de treinador Grau I

  • Licenciatura em Ensino Básico variante Educação Física pela Escola Superior de Educação de Coimbra

  • Treinadora dos escalões benjamim, infantil e iniciado

  • Treinadora da vertente de lazer

Pedro Diogo Rosas Cardoso Fraga
  • Curso de treinador Grau II
  • Mestrado em Ciências do Desporto especializado em treino de alta performance pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

  • Estudante de Doutoramento em Ciências do Desporto pela Faculdade de Desporto da Universidade de Coimbra

  • Atleta com 3 presenças em Jogos Olímpicos, várias participações em Europeus e Mundiais, mais de 35 campeonatos do mundo e dezenas de medalhas em regatas internacionais. 63 títulos de Campeão Nacional

  • Colaborador/Coordenação Técnica

Memórias

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João Lobo